Um amor de história.

A História de Nós Dois - Dani Atkins

Às vezes o destino parece certo e palpável, tão tangível que ousamos pensar que nada pode alterá-lo. Entretanto, numa fração de segundo, o que imaginamos imutável se redefine diante de nossos olhos.

Emma estava de casamento marcado, mas uma tragédia no dia de sua despedida de solteira muda sua vida e de suas melhores amigas. Não fosse Jack, um estranho que a salva do desastre, ela não estaria viva para reescrever sua história.

Uma forte atração pelo seu salvador surge e ela fica extremamente confusa em relação aos seus sentimentos pelo noivo. Decide que a melhor coisa a se fazer depois do acidente é adiar os planos matrimoniais e, quando ela achava que não poderiam mais haver surpresas, alguns segredos profundos começam ser desenterrados.

Com capítulos avassaladores, a autora conquista o leitor logo no início, com sua narrativa mais que cativante, emocionante. É impossível não se compadecer com a história de Emma e não viver o luto com ela.

Sua amizade com Caroline e Amy é linda e fascinante, mostra o poder que essa união tem de ajudar nos piores momentos e de aconselhar quando é preciso também.

Jack é uma incógnita interessante, um escritor que chega de forma abrupta na vida de Emma e que pode ou não ter se tornado interessante para ela em razão do acidente e do seu ato heróico.

Dani Atkins sabe como contar uma boa história, isso é fato! É emoção do início ao fim e eu adorei a leitura! Quero ler tudo o que essa mulher já escreveu.

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Editora: Arqueiro

Páginas: 352

Uma mulher icônica.

A Única Mulher - Marie Benedict

Um romance biográfico traz a história de Hedy Lamarr, uma atriz e inventora que precisa ser lembrada como pioneira de seu tempo, quando o mundo ainda estava extremamente fechado ao brilhantismo feminino.

Dona de beleza singular e musa inspiradora na década de 40, sua mente afiada trouxe para o mundo atual o conhecimento sobre a comunicação moderna, que só foi utilizado anos depois, vítima de sexismo e preconceito.

Hedy morava em Viena quando a sombra de Hitler pairava sobre a Europa e acompanhou de perto o crescimento da ideologia macabra que resultou no holocausto. Teve a chance de escapar de um destino horrível e, motivada por tantas perdas, usou sua compaixão e sagacidade para tentar ajudar a por fim no massacre.

A história é dividida em duas partes, sendo a primeira o envolvimento de Hedy com seu marido controlador e poderoso, chefão no mundo bélico, e a segunda parte o lado inventivo da atriz na busca de uma solução para a inefetividade dos torpedos, que eram interceptados por sinais de rádio.

Na primeira metade me encantei com tudo, o livro foi impecável na narrativa, mostrou que, apesar dos luxos, Hedy abriu mão de muita coisa para entrar naquele casamento e a cada capítulo acompanhamos seu sofrimento nessa relação de aparências.

Já a outra metade me decepcionou um pouco pois o lado inventora da atriz não é bem explorado no início, deixando a sensação de que você perdeu alguma parte da leitura. Fica até difícil acreditar que ela era capaz de tudo o que fez.

O final é lacônico, inexpressivo e súbito. Não explora o desfecho de vários personagens e deixa a desejar, embora não retire a importância de contar a história dessa mulher tão importante.

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Editora: Editora Planeta / Tag Inéditos

Páginas: 317

A pior parte foi o romance.

Respire - K. A. Tucker

Kacey perdeu seus pais, sua melhor amiga e seu namorado num fatídico acidente de trânsito. Ela e a irmã decidem fugir da casa dos tios e encararem a vida sozinhas em Miami.

Por ser uma pessoa traumatizada, Kacey não é fácil de se lidar, possui inúmeras cicatrizes físicas e emocionais da experiência do passado e ainda tem muita raiva de tudo o que aconteceu.

Neste livro, acompanhamos a trajetória de superação dela e seu interesse romântico pelo vizinho, por quem sente uma amor instantâneo à primeira vista. E é nesse ponto que uma boa história começou a se perder e rendeu para mim apenas duas estrelas na classificação geral.

Se você acompanha o Eu Amo Livros Novos a um tempo sabe que eu gosto de romances românticos. Não me importo que seja algo clichê, pois as vezes precisamos de leituras leves, não é mesmo? O problema é quando você coloca uma protagonista que supostamente é durona no papel de uma adolescente com paixonite que só consegue pensar o tempo todo no cara que viu uma vez na vida, sem contar as páginas e páginas de um suposto joguinho de sedução muito mal elaborado, a meu ver.

Todo o drama da vida dela fica para escanteio, mal aprofundado e inferiorizado frente aos desejos "sórdidos" que sente por Trent.

Outro fator que ficou estranho foi o fato de Kacey trabalhar em uma boate de striptease e o dono ser um cara super família e amoroso que paga super bem suas funcionárias. Pode até ser que isso exista, mas é bem pouco provável e não crível.

O melhor dessa história toda fica por conta da amizade de Kacey com Storm e sua filha Mia, que foi bem colocada e construída e salvou muito do enredo. No final, temos a superação da personagem principal e a necessidade de aprender a perdoar para se libertar de sentimentos ruins.

Se você gostou desse livro me conte nos comentários, quero que saiba que essa é apenas a minha opinião pessoal e que ele pode funcionar para você de uma forma diferente. Caso tenha gostado existe o segundo volume, já lançado no Brasil, pela Fábrica 231, que conta a história de Livie, a irmã de Kacey, entitulado "Uma Pequena Mentira".

Nota: ⭐⭐

Editora: Fábrica 231

Páginas: 320

Fiquei no vácuo.

A Festa da Insignificância - Milan Kundera

Primeiramente, gostaria de salientar que essa não é uma resenha fácil de fazer pois, além de ser meu contato inicial com Milan Kundera, me deparei com um livro um tanto quanto difícil de compreender. Portanto, serei apenas breve nos meus comentários.

São diversos temas jogados ao acaso, não havendo nesse romance começo, meio ou fim, o que atrapalha na hora de absorver alguma coisa substancial do livro.

Temos alguns amigos discutindo e refletindo sobre assuntos diversos em capítulos extremamente curtos. De stalinismo a ausência materna, muitas vezes não há congruência ou conexão nos temas abordados, o que me deixou perdida e sem saber o que de fato estava lendo.

Encontrei resenhas dos mais variados sentimentos em relação a essa leitura, com pessoas achando o melhor livro já lido na vida e aqueles que, como eu, estão achando que pegaram o bonde andando sem saber onde parou.

A escrita é super agradável e gostosa, devo esse elogio ao autor, mas só posso avaliar melhor se me identifico com ele depois de ler outro romance e, aí sim, formular melhor a minha opinião.

Talvez tenha faltado alguma maturidade para que eu pudesse ter um entendimento melhor de tudo. Se alguém já tiver lido e quiser discutir um pouco o que achou esse espaço estará aberto para você!

Nota: ⭐⭐⭐

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 136

Um tema delicado.

É Assim que Acaba - Colleen Hoover

Lily cresceu em um lar violento, tendo que suportar as agressões do pai contra sua mãe. Inúmeras foram as vezes em que se sentiu impotente diante dessa situação e encarou a inércia da mãe com grande desgosto.

Atlas foi seu grande amor da adolescência, um garoto abandonado pela família, que não tinha onde comer ou dormir, suportando o peso da vida sem que ninguém se compadecesse dele.

Lily e Atlas transformam uma bela amizade em sentimentos mais profundos, prometendo se reencontrarem um dia em situações melhores na vida.

Já adulta, Lily se muda para Boston e conhece Ryle, um médico de tirar o fôlego e que a encanta, apesar de saber que ele não gosta de compromissos e que só almeja sucesso profissional.

Lily encontra no neurocirurgião tudo o que desejava em um homem e eles tentam construir um relacionamento aos poucos, eis que Atlas reaparece na vida dela e o que aparentava ser lindo se torna um grande pesadelo.

Não preciso nem dizer que adoro a escrita da CoHo, e ela mais uma vez não deixou a desejar nesse romance. Para mim, é um dos melhores livros dela, sem sombra de dúvidas, e que merece atenção especial pela delicadeza do tema "violência doméstica".

A autora demonstra que não podemos generalizar o drama alheio, muito menos estigmatizar mulheres que passam por uma rotina de agressão, rotulando-as e esquecendo que o mal maior é causado por aqueles que amam.

Não é uma temática fácil e as soluções muitas vezes não são tão simples como preto no branco. É preciso encontrar nessa história a compaixão necessária para entender o porquê de tantas mulheres decidirem permanecer em uma situação tão penosa, pois, acredite, muitas fazem essa escolha.

O que não significa que seja algo correto ou louvável, mas como diz o ditado "cada um sabe onde aperta o seu calo" e julgar sem conhecimento talvez seja muito mais cruel do que tentar entender as razões.

Um livro imperdível para os fãs da autora e extremamente tocante. Cada página vale a pena e se você ainda não leu está esperando o quê para começar?

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Editora: Galera Record

Páginas: 368

Dominação da raça humana.

A Última Estrela - Rick Yancey

A Última Estrela é o terceiro e último volume da série "A 5a Onda", cujo filme foi lançado em 2016.

No enredo temos uma dominação alienígena que já dizimou milhares de pessoas e Cassie Sullivan tentando sobreviver junto com o irmãozinho nessa situação caótica e perigosa.

É impossível confiar nas pessoas, pois nunca se sabe se são humanos ou os Os Outros, como são chamados.

Ao longo da trilogia somos apresentados aos demais personagens que têm papel de suma importância nessa luta contra os invasores e, também, como o desenrolar da trama traz o amadurecimento de todos, visto que cada um, individualmente, passa por várias situações traumáticas.

Na época que o primeiro livro foi lançado não agradou todo mundo. Rick Yancey não tem uma escrita tão fácil, o que pode ter afastado muitos leitores pois o clímax demora a se desenvolver, mas tudo é pertinente haja vista a necessidade de explicar os fatos e inserí-los no contexto dessa espécie de juízo final.

Para quem gosta desse gênero de leitura os demais livros contém muita ação e várias descobertas, com uma pitadinha de humor para suavizar a gravidade dos acontecimentos, que muitas vezes são extremamente tristes e de cortar o coração.

Não me emocionei tanto no terceiro livro, mas talvez tenha sido a distância entre as leituras. Como não costumo reler os livros acho que o drama acabou se perdendo um pouco para mim. Entretanto, acho que é uma trilogia muito boa e que vale a pena ser lida, com certeza.

Nota: ⭐⭐⭐

Editora: Fundamento

Páginas; 264