sábado, 26 de janeiro de 2019

Mais deveres que direitos.

O Conto da Aia - Margaret Atwood


Uma revolução teocrática trouxe grandes alterações no modo de viver em sociedade, principalmente para as mulheres. Algumas, chamadas aias, foram relegadas ao papel de receptáculos, procriadoras e apenas isso.

Coisas como individualismo, isonomia entre gêneros e culto ao corpo se tornaram peçonha nessa nova forma de convivência.

Nem o nome de batismo é essencial, afinal para que serviria algo tão personalíssimo de qualquer forma?

Aias, Marthas, Esposas, Econoesposas, Comandantes, Olhos, Anjos. Cada um tem seu papel definido e perfilhar outra trilha é um alerta ao sistema que pode levar ao Salvamento, eufemismo para acabar enforcado e exposto no Muro como forma de expiação dos pecados.

O Conto da Aia nos traz memórias de uma mulher forçada a viver nessa mutação social bizarra, encarando seus medos e demonstrando que a humanidade é capaz de se acostumar a qualquer coisa. 

Até que ponto a necessidade de se libertar pode chegar? Será que a única forma de alforria é a liberdade de ir e vir ou existem outras pequenas formas de livramento?

Um livro instigante e angustiante, que vai cativar os apreciadores de Aldous Huxley e George Orwell. Uma reflexão do que poderia ter sido e do que poderá ser um dia nosso mundo caso exista espaço demais para o autoritarismo e a autocracia.

O que é bom para uns, sempre será ruim para outros. Não há liberdade plena sem limitação. Venha mergulhar no mundo distópico de Margaret Atwood.

Nota: ⭐⭐⭐⭐
Editora: Rocco
Páginas: 368

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