quarta-feira, 22 de maio de 2019

Distopia confusa.

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury


Para manter a população no cabresto medidas extremas foram tomadas. O conhecimento que importa está sendo eliminado pouco a pouco, por meio da queima de livros, e o entretenimento barato é utilizado como morfina para os sentimentos ruins.

Não há espaço para reflexão, descontentamento, insurreição. Basta apenas que você fique entorpecido, em estado de euforia permanente, para não interferir nas decisões daqueles que controlam as marionetes. Sair desse padrão é ser apagado da face da Terra, com direito a ter seu fim televisionado de uma maneira extremamente sensacionalista.

Nesse clássico distópico acompanhamos Montag, um bombeiro que, ao contrário de suas funções originais, é responsável não por apagar labaredas e sim por incendiar livros, itens subversivos e nocivos ao convívio social que é necessariamente reduzido afim de não incitar a imaginação.

O autor narra o despertar de Montag para as atrocidades que cometeu na função a ele designada e sua tentativa de se afastar daquilo que agora lhe causa horror.

Apesar de ser um livro cuja leitura é recomendada para todos, sua narrativa truncada e confusa deixa a desejar e prejudica o entendimento do que está sendo proposto. A leitura é tão rápida que se você piscar pode ter a impressão de que pulou algumas linhas, mas na verdade a construção do texto é estranha mesmo e te deixa perdido na maior parte do tempo.

A narrativa tenta ser linear, mas o bombardeio de informações sem explicações maiores, como se vivêssemos no universo criado por Bradbury há muito, atrapalha de forma colossal, tirando, no meu caso, o prazer de acompanhar a saga de Montag na luta contra suas convicções. Eu não poderia ter me importado menos com um protagonista como o foi.

Por fim, se você já teve a oportunidade de ler "Admirável Mundo Novo" esse livro fica muito aquém do esperado e pode se tornar também uma grande decepção no gênero distopia.

Nota: ⭐⭐⭐
Editora: Biblioteca Azul
Páginas: 216

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